Dica de Leitura V: Ayla, a Filha das Cavernas

Já que o ultimo tema de artigo aqui no blog foi sobre paleoantropologia e ainda mais sobre mulheres na pré história resolvi dar uma dica de livro diferente hoje.
Desta vez ao invés da dica ser um livro de divulgação científica vou dar a dica de um romance!

Sim, um romance que se passa a 35.000 anos atrás!


Sempre fui curioso para saber o motivo por uma de minhas primas chamar-se Hayla (é com "H" mas se lê Ayla do mesmo jeito) e sempre que eu questionava algum familiar me falava que era devido a um livro que minha tia havia lido antes de ter a criança e que ele falava sobre "homens -da- caverna".
Nunca entendi muito bem o motivo de colocarem o nome de uma criança baseado no nome de "alguem" -das- cavernas mas deixei isso de lado até que em uma de minhas garimpagens em uma livraria achei uma nova edição do livro em formato Pocket Book, comprei e algumas semanas depois para descobrir o motivo de se homenagear uma criança com o nome de Ayla.

Ayla, a Filha das Cavernas da editora BestBolso foi escrito pela norte americana Jean M. Auel e faz parte de uma ambiciosa saga chamada Os Filhos da Terra composta por 5 livros narrando a vida e os desafios de Ayla.

Na história uma pequena menina com cinco anos se perde de sua familia em meio a um terremoto na europa da era do gelo, vagando sozinha depois de ver sua mãe morrer ela é perseguida e atacada por um Leão -das- Cavernas. Milagrosamente a criança sobrevive mas fica tão debilitada que acaba por desmaiar na beira de um rio e é ai que a história realmente começa a ficar interessante.

Ela então é encontrada por um certo grupo peculiar de pessoas, que não são bem pessoas como eu e você, na verdade era um grupo de Neandertais integrantes do Clã do Urso da Caverna.
A partir desse ponto a garota torna-se parte de uma sociedade totalmente diferente, ali  existem poucas palavras, pois os Neandertais não conseguiam pronuncia-las como nós, tudo é resolvido com sinais corporais extremamente complexos e tão elaborados quanto nossa linguagem, rir é proibido e chorar é algo inexistente para a espécie (eles pensavam que Ayla possuia alguma doença nos olhos quando chorava).

Para passar por cima de todas as dificuldades que garota enfrenta nessa nova convivência ela conta com a ajuda de uma curandeira chamada Iza e seu irmão Creb o chefe do clã ou Mog Ur que a adotam e batizam a menina como Ayla  nos moldes rituais da tribo.
É essa convivência com seres quase alienígenas que faz com que passamos a gostar da personagem, devido a sua força, coragem, curiosidade e mesmo o sofrimento que caracterizam Ayla definitivamente como uma representante de nossa própria espécie e acima de tudo um exemplo da mulher humana.

Dentro deste contexto ainda temos intrigas, preconceitos dentro do clã e muitas descrições da flora e fauna da época do Pleistoceno europeu.
A autora se dedicou bastante em pesquisar sobre o que se sabia na época sobre os Homo neanderthalensis além de procurar a ajuda de pessoas especializadas em sobrevivência em ambientes hostis para descrever técnicas primitivas utilizadas pelo clã e pelos humanos em seus livros subsequentes.

É fato que para quem gosta do tema vai perceber alguns conceitos errôneos da autora sobre os Neandertais, mas isso se deve ao fato de que os estudos sobre essa espécie avançaram muito desde a década de 80 quando o livro foi escrito e também contamos um pouco com a famosa licença poética.

A saga continua depois de Ayla, a Filha das Cavernas (The Clan of  theCave Bear) em mais 4 livros:

- O Vale dos Cavalos (The Valley of Horses) que estou lendo no momento;
- Os Caçadores de Mamutes (The Mammoth Hunters);
- Planície de Passagem (The Plains of Passage);
- O Abrigo de Pedra (The Shelters of Stone).

Todos estes livros são encontrados em livrarias físicas e virtuais, mas também são facilmente encontrados em Sebos por preços bem convidativos.
Falando em preço, se quiser pagar mais barato vale a pena investir nas edições da BestBolso que saem cada um por R$ 19,90 em vez de R$59,00 pelo mesmo livro em edição normal.

Um pequeno investimento que irá proporcionar alguns dias de bom entretenimento e reflexão sobre nosso próprio passado.

No final você como eu também vai entender o porque homenagear uma criança com o nome de Ayla.



O Down House já tratou sobre evolução humana nos seguintes artigos:
O Hobbit
Evolução Humana não é Pokémon
Eva, os Jedis e a História da Humanidade
A Mulher na Pré-História

2 comentários:

Anônimo 10 de agosto de 2010 às 18:59  

cara, nem me lembre desse livro... ayla é o nome da nossa professora de português e quando descobrimos ele a onda foi tanta...

Janaina de Alencar 27 de junho de 2011 às 16:44  

ADORO a saga da Ayla!!!
Minha cachorrinha até se chama Ayla em homenagem a ela!!!

Seja Bem Vindo!

O Down House tem como objetivo elucidar temas sobre História Natural, de maneira que mesmo alguém que nunca teve contato profundo com a área possa apreciar e entender melhor o mundo natural do qual todos nós fazemos parte.